Quer saber o que acontece quando Marie Lu produz algo mais sombrio?  Então leia este livro.

Jovens de Elite não é um livro distópico ou pós-apocalíptico, mas é na verdade uma fantasia sombria cheia de magia,  personagens complexos e príncipes que procuram recuperar seu trono. Nessa trilogia conhecemos anti-heróis em busca de redenção e vingança. Os personagens estão machucados e querem machucar. Muitos foram traídos e muitos traíram. Todos têm seus próprios motivos moralmente ambíguos e todo mundo está determinado a atingir seus objetivos com os fins justificando os meios. Ou seja, se você procura algo com personagens que tem seus interesses voltados apenas há realização de um bem maior  para todos, receio  dizer que você não encontrará isso aqui.


“Medo cria as mais fortes ilusões. Todos têm escuridão/trevas dentro de si, mesmo que estejam escondidas."

A trama ocorre em um lugar muito similar a Itália renascentista. Há dez anos houve uma praga que matou todos os adultos infectados. As crianças que foram infectadas sobreviveram, mas estas carregam como sequelas marcas estranhas em seus corpos. Alguns deles ficaram com outra coisa: estranhas habilidades que os tornaram poderosos, perigosos e temidos  e por esses motivos são caçados e mortos. Essas pessoas são chamadas Jovens Elites.

Ninguém quer que você seja você mesmo. Eles querem que você seja a versão de você que eles gostam.”

Misturada no meio de tudo temos Adelina Amouteru. Adelina descobre suas próprias habilidades em circunstâncias infelizes e é impulsionada em um mundo onde todo mundo, ao que parece, é um inimigo.

Eu devo afirmar  que a leitura de Jovens de Elite  era uma das mais  esperadas para  esse ano. As expectativas foram alcançadas, mas não superadas.  Um dos motivos é o que, para mim, é essencial em  qualquer  história: desenvolvimento de personagens.   

A autora quis desenvolver a sensação nos leitores de como ninguém é simplesmente bom ou mau há história, de que tudo é muito mais complicado e interessante do que isso.  E muitos irão perceber isso mesmo, mas eu não fui convencida. E  fiquei triste porque teria sido “lacrante” se a ideia tivesse obtido êxito na execução para mim. Digo isso porque ela quis apresentar personagens anti-heróis com diversas facetas mas que ao observar suas atitudes diante de certas situações essa sensação era automaticamente desfeita.

Um exemplo de ouro é Adelina, que  é permitida ter seus próprios pensamentos sombrios, torcidos demostrando que ela não é uma heroína. Ela é quebrada, egoísta e até um pouco perversa às vezes,maaaas  acabei percebendo que mesmo com tudo isso, Adelina, apresentava-se  muito mais indecisa e confusa do que qualquer outra coisa,nesse primeiro livro.

“A escuridão se curva para mim, ansiosa pelo meu abraço. Eu fecho meu olho, abro meu coração ao sentimento, e mergulho no prazer da vingança.”

 E caso vocês não tenham entendido o ponto em que eu quero chegar,  lembrar do anti-herói Jorg de A Trilogia dos Espinhos,escrita por Mark Lawrence é um boa no quesito de comparação. 

Mas nem tudo quanto ao desenvolvimento dos personagens me desagradou, muitos dos Jovens de Elite conseguiram despertar o meu carinho e outros o ódio: Teren,seu lindo,é você mesmo.


Jovens de  Elite conseguiu me cativar  e com esse final destruidor,  me deixou muitas esperanças para o  segundo livro : A Sociedade  da Rosa.  Se  você procura um  livro com muitas intrigas em disputa pelo trono ,magia e personagens complexos, encare Jovens de Elite. 

Um Comentário

Já que leu a postagem, por que não comentar? Ficaríamos muito felizes ao ler sua opinião sobre o que foi escrito. Caso tenha um blog, deixe o link abaixo do seu comentário que retribuiremos assim que for possível =)